Eu não suporto falar sobre morte, não no mundo concreto.Não consigo encontrar nenhuma palavra, nenhum gesto quando falece um parente de algum conhecido ou até mesmo alguém tão próximo e especial para mim.Não vejo significado em dizer “meus pêsames”, eu prefiro o silêncio do que isso. Parece-me que qualquer palavra é uma enorme indelicadeza. Sei lá, esse é um assunto tão difícil para mim.Algumas pessoas definitivamente, JAMAIS, deveriam morrer.

Este ano e o ano passado perdi pessoas muito próximas, uma delas levou junto comigo muita esperança e muito da minha própria vida,apesar dela ter me deixado os melhores conhecimentos para eu ser feliz nesta terra.

Eu nunca tinha ido a velório antes, muito menos enterro. Eu nunca senti tanta dor, tanto sofrimento antes na vida.Não tanto pelo velório, mas o enterro? O que é aquilo?Morro de arrependida de ter presenciado uma cena tão cruel.Para mim é uma atitude monstruosa. Foi uma tortura ver alguém que eu tanto amo, que me dava os melhores conselhos que uma garota/mulher tão insegura quanto à vida poderia ouvir, me conhecia como ninguém e o mais importante, acreditava em mim e nenhum segundo da vida me tratou como se eu não fosse fracamente humana, ao contrário do que a maioria das pessoas fazem... Olha-lá dentro de uma caixa colocada em um buraco e depois coberta de terra... nunca chorei tanto na vida.Todo mundo me diz que isso é natural, que é assim mesmo... mas eu não aceito, eu não entendo, isso me fere, me destrói.
Por isso, se em alguns momentos da morte de algum conhecido, um amigo ou mesmo de alguém que amei com todo o meu coração eu me “comportei mal”, eu não falei o que deveria, eu não estava presente... é porque não consigo encontrar qualquer gesto de conforto.Acredito que o máximo que posso fazer é dar um abraço sincero, sem palavras.Ao contrário do que demosntro e do que alguns pensam, eu sofro muito com o sofrimento alheio e não sei em qual momento da vida a morte será algo natural para mim.Para aqueles que me mantive em silêncio, perdão!Mas saibam que foi por respeito e por não encontrar nenhuma forma de expressão que minimizasse meu sofrimento e , principalmente, o sofrimento “alheio”.Perdão, mas não consigo presenciar enterros, eu morro um pouquinho junto daquele que vai ali dentro.
PS: Creio que somos muitos mais do que carne, mas ainda não sei conviver com essa dureza.

3 comentários:

Isabel Lopes disse...

Olga, tô te seguindo e acompanhando o teu Blog.
Espero poder te conhecer pessoalmente, logo, logo.
Greice sempre me fala de ti.
:*

Anônimo disse...

Lembrei do que falamos ontem, a respeito das crianças e teus pensamentos sobre a morte. Também compartilho da tua idéia. Não sei diser meus pêsames, sinto que estou corrompendo, furando um silêncio que não deveria; que a dor é tão profunda que não há palavras que possam curá-la e que qualquer palavra é pequena diante de tudo o que está acontecendo.
Entendo muito bem.

Um grande beijo, Olga!
Greice.

Anônimo disse...

Dizer*
[pequenos erros acontecem-rs]


Greice

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