Um poema bem existencialista, aquilo que Sartre falava sobre o livre arbítrio como "uma forma de castigo".(Tudo bem que ele afirmava categoricamente, mas não sou tão cética e nem um pouco "pessimista" quanto ele)

"Dos habituais comportamentos
contemporâneos
optar é deles o mais desumano
escolher entre tantos
a quem vou amar
se telefono agora ou depois
ou não ligo
se insisto ou desisto
ou nem isso
peço demissão
fico grávida
troco de país
mudo de vida
(e que verso vem agora
o que inventar para continuar sendo lida)
que saudade me fará o calor
caso venha a preferir o frio
e estando a escolha feita
nada me convence
ou tranqüiliza
estou sempre de olho na outra margem do rio"

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