Sinto muito, mas eu não quero status, quero respeito, e quero ser feliz, mais da MINHA maneira, da forma que eu achar que me satisfaz, que me faz mais plena, radiante...

A minha qualidade de vida não é determinada pelo que as propagandas, “os superiores”, os mais experientes, o capitalismo(claro)... “diz”, mas pelas minhas escolhas.Aquilo que me satisfaz não esta escrito em nenhum manual.Não há receita pronta do que devo e não devo fazer para ser feliz.Essa construção é minha, é a partir daquilo que valorizo, do que me faz sorrir, chorar, cantar, aplaudir, desejar...

Não me venham com conselhos calculistas, metódicos do que devo fazer para ser “alguém na vida”; para ter “estabilidade”; “qualidade de vida”; “independência”; “reconhecimento”...tudo isso não se chama outra coisa senão acumulação de dinheiro, egoísmo, isolamento, frieza... Esse papo de “ser alguém na vida” quem escolhe o que é SER, o que faz bem, sou eu.

Não adianta, algumas pessoas nunca seguirão sempre os mesmos caminhos, aqueles já delimitados por nossos ascendentes que se “deram bem na vida”.Vou me dar bem na vida se eu realizar os meus sonhos, e eles não foram projetados pela sociedade, pelos meus pais, minhas escolas, meus professores...

Foram construídos a partir daquilo que admirei, daqueles que me cativaram, me emocionaram, me deram exemplos de SER HUMANO, de dignidade humana... a partir dos valores que aprendi e apreendi.A partir dos ídolos que eu transformei nos MEUS ídolos.Por que eu vou querer me tornar fria se sou quente? Por que vou ser hipócrita, se não consigo deixar de ser sincera? Por que serei arrogante e metida, se eu adoro a simplicidade e as pessoas mais simples? Por que vou tratar um “subordinado” com poucas palavras para deixá-lo “no lugar dele”, se o lugar dele é ao “meu lado”?Por que vou rejeitar construir, olhar e trocar idéias com quem me diz :“EU QUERO SER TEU AMIGO(A)”, se não sou nada nessa vida sem alguém que possa me ouvir e me ajudar a continuar vivendo? Por que vou me enclausurar numa sala, super bem vestida e muito séria se eu adoro dar gargalhadas e falar bobagens?Por que vou deixar de conversar com um mendigo, uma criança que esta na rua se me interessa o que eles têm a me dizer?Por que terei de ser econômica, ou seja, mesquinha, se eu adoro ser generosa?Por que eu vou sorrir, sair, me reunir com pessoas fúteis enquanto minha vontade é de mandar todos...?Qualidade de vida é isso? Não para mim.Não é qualidade para a minha vida.Ironicamente é o inverso.
Logo, não são vocês; não é o “Doutor”;não és tu; não é o s-i-s-t-e-m-a que vai ditar o que eu devo fazer.Acaso eu tenha status, foi meramente isso, um acaso.Não preciso ser reconhecida nem aprovada pela opinião alheia que há muito é deturpada.

Eu preciso das pequenas coisas que fazem parte de mim-certas músicas, os livros que li,os filmes que assiti, meus momentos de descoberta,as surpresas, as palavras, as decepções, o silêncio, a saudade,o amor, a dor, as frustrações, as brincadeiras,as vitórias,os esforços, as gargalhadas, as lágrimas, as viagens, as aventuras,as recuperações, as fugas,as perdas,a união e desunião da família,as loucuras,os filhos que adotamos, os professores da vida,as primeiras experiências, as amizades, o ineditismo... ou seja, a minha história e das pessoas que fizeram e fazem parte dela ... para que eu realmente seja feliz e tenha “qualidade de vida”, sempre, a partir das minhas escolhas.
Sinto muito, mas não me venha com conselhos medíocres e exemplos de atitudes hipócritas. Sou EU quem escolhe.
OBS: É sim um desabafo!Direcionado àqueles que me dão conselhos que me deixam triste e frustrada, porque ainda resta em mim uma resistência às "leis" do capitalismo...Isso não é clichê, é ele mesmo o culpado: capitalismo.
"Solidão que tanto temem
que tanto ignoram o bem que faz
sozinha não minto,não finjo
não causo nenhum escarcéu
sozinha não maltrato, não disfarço
não há pesquisa que me sonde
sozinha não retruco, não provoco
não deixo ninguém sem resposta
sozinha não julgo nem condeno
não trato ninguém como réu
sozinha não grito, não rogo praga
não renego meu deleite
sozinha não trapaceio, não peco
não falto nem chego atrasada
sozinha não sumo, não volto
não tenho presença notada
sozinha eu sou quem eu posso
sozinha eu faço o que eu quero
sozinha não há céu que me rejeite"

(Martha Medeiros)



"Eu vivo em tempos sombrios.

Uma linguagem sem malícia é sinal de estupidez,
uma testa sem rugas é sinal de indiferença.

Aquele que ainda ri é porque ainda não recebeu a terrível notícia.
Que tempos são esses, quando

falar sobre flores é quase um crime?
Pois significa silenciar sobre tanta injustiça?
Aquele que cruza tranqüilamente a rua
já está então inacessível aos amigos
que se encontram necessitados?

É verdade: eu ainda ganho o bastante para viver.

Mas acreditem: é por acaso.
Nada do que eu faço
Dá-me o direito de comer quando eu tenho fome.
Por acaso estou sendo poupado.(Se a minha sorte me deixa estou perdido!)

Dizem-me: come e bebe!

Fica feliz por teres o que tens!
Mas como é que posso comer e beber,
se a comida que eu como, eu tiro de quem tem fome?
se o copo de água que eu bebo, faz falta a quem tem sede?
Mas apesar disso, eu continuo comendo e bebendo."

(Bertold Brecht)
Um poema bem existencialista, aquilo que Sartre falava sobre o livre arbítrio como "uma forma de castigo".(Tudo bem que ele afirmava categoricamente, mas não sou tão cética e nem um pouco "pessimista" quanto ele)

"Dos habituais comportamentos
contemporâneos
optar é deles o mais desumano
escolher entre tantos
a quem vou amar
se telefono agora ou depois
ou não ligo
se insisto ou desisto
ou nem isso
peço demissão
fico grávida
troco de país
mudo de vida
(e que verso vem agora
o que inventar para continuar sendo lida)
que saudade me fará o calor
caso venha a preferir o frio
e estando a escolha feita
nada me convence
ou tranqüiliza
estou sempre de olho na outra margem do rio"

"Os violadores que mais ferozmente violam a natureza e os direitos humanos jamais são presos.Eles têm as chaves das prisões.No mundo como ele é, mundo ao avesso, os países responsáveis pela paz universal são os que mais armas fabricam e os que mais armas vendem aos narcodólares, lavam e mais dinheiro roubado guardam.As indústrias mais exitosas são as que mais envenenam o planeta, e a salvação do meio ambiente é o mais brilhante negócio das empresas que o aniquilam.São dignos de impunidade e felicitações aqueles que matam mais pessoas em menos tempo, aqueles que ganham mais dinheiro com menos trabalho e aqueles que exterminam mais a natureza com menos custo.
Caminhar é um perigo e respirar é uma façanha nas grandes cidades do mundo ao avesso.Quem não é prisioneiro da necessidade é prisioneiro do medo:uns não dormem por causa da ânsia de ter o que não têm, outros não dormem por causa do pânico de perder o que têm.O mundo ao avesso nos adestra para ver o próximo como uma ameaça e não como uma promessa, nos reduz à solidão e nos consola com drogas químicas e amigos cibernéticos.Estamos condenados a morrer de fome, a morrer de medo ou a morrer de tédio, isso se uma bala perdida não vier abreviar nossa existência.
Será esta liberdade, a liberdade de escolher entre ameaçadores infortúnios , nossa única liberdade possível?O mundo ao avesso nos ensina a padecer a realidade ao invés de transformá-la, a esquecer o passado ao invés de escutá-lo e a aceitar o futuro ao invés de imaginá-lo:assim pratica o crime, assim o recomenda.Em sua escola, escola do crime, são obrigatórias as aulas de impotência,amnésia e resignação.Mas está visto que não há desgraça sem graça, nem cara que não tenha sua coroa, nem desalento que não busque seu alento.Nem tampouco há escola que não encontre sua contra- escola."
(...)
"Quem são os carcereiros, quem são os cativos? Poder-se-ia dizer que, de algum modo, todos nós estamos presos.Os que estão dentro das prisões e os que estamos fora delas.São livres, acaso, aqueles que são prisioneiros da necessidade, obrigados a viver para trabalhar porque não podem dar-se ao luxo de trabalhar para viver?E os prisioneiros do desespero, que não têm trabalho nem o terão, condenados a viver roubando ou fazendo milagres?E os prisioneiros do medo, acaso somos livres?E acaso não somos prisioneiros do medo,os de cima, os de baixo e os do meio?Em sociedade obrigadas ao salve-se quem puder, somos pricioneiros os vigias e os vigiados, os eleitos e os párias"
(Eduardo Galeano)
Dificilmente uma mulher que realmente pensa e que enxerga a si e seus próprios sentimentos não cria esse vício, essa identificação, esse reflexo nas palavras da Martha Medeiros
"Viva as válvulas de escape, que lamentavelmente não gozam de boa reputacão.Não sei quem inventou que é preciso ser a gente mesmo o tempo todo, que não se pode diversificar. Se fosse assim, não existiria o teatro, o cinema, a música, a escultura, a pintura, a poesia, tudo o que possibilita novas formas de expressão além do script que a sociedade nos intima a seguir: nascer-estudar-casar-ter filhos-trabalhar-e-morrer."
"...Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma.O egoísmo unifica os insignificantes.Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande.É a sua sensibilidade, sem tamanho..."
(Matha Medeiros)
Pesquei de outro blog...Mas lógico, as "respostas" são minhas.
ps:Quem quiser pode deixar suas "respostas", é divertido!E para quem achou besteira: blaaaaa


Se eu fosse um mês seria... Agosto
Se eu fosse um número seria... 8
Se eu fosse um planeta seria... Terra
Se eu fosse uma direção seria... Progresso
Se eu fosse um móvel seria... Uma cristaleira
Se eu fosse um líquido seria... Água
Se eu fosse um pecado seria... Gula
Se eu fosse uma pedra seria... Diamante
Se eu fosse um metal seria... Prata
Se eu fosse uma árvore seria... Mangueira
Se eu fosse fruta seria... Melancia
Se eu fosse flor seria... Lótus
Se eu fosse um clima seria... Temperado
Se eu fosse um instrumento musical seria... Piano
Se eu fosse um elemento seria... Fogo
Se eu fosse uma cor seria... Rosa
Se eu fosse um animal seria... Pássaro
Se eu fosse um som seria... O som do vento
Se eu fosse uma letra de música seria... “Valsa Brasileira”, de Chico
Se eu fosse uma canção seria... “Imagina”, Canção de Tom e letra de Chico.
Se eu fosse um estilo de música seria... Bossa Nova
Se eu fosse um perfume seria... Poême
Se eu fosse um sentimento seria... Amor
Se eu fosse um livro seria... “Cem Sonetos de Amor”, de Pablo Neruda
Se eu fosse uma comida seria... Sushi
Se eu fosse uma cidade seria... Curitiba
Se eu fosse um gosto seria... Um doce bem doce
Se eu fosse um cheiro seria... Os cheirinhos da minha infância
Se eu fosse uma palavra seria... Compreensão
Se eu fosse um verbo seria... Amar
Se eu fosse um objeto seria... Um livro de Neruda
Se eu fosse uma roupa seria... Kimono
Se eu fosse uma parte do corpo seria... Ouvido
Se eu fosse uma expressão seria... Arte(música, poesia,karatê...)
Se eu fosse um personagem de desenho animado seria... Theodore,ele é muito fofinho e amoroso(do “Alvin e os esquilos)
Se eu fosse um filme seria... “O fabuloso destino de Amelie Poulain”
Se eu fosse forma seria...Várias
Se eu fosse uma estação seria... Primavera
Se eu fosse uma frase seria... “Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor, eu nada seria...”

Após visita ao blog do Coordenador mais odiado e amado do curso de Direito da UNDB,Isaac Reis(não te amo,mas não necessariamente te odeio) soube da frustrante “notícia” que o Herrera Flores morreu... mas como já mencionei em postagem anterior, não suporto falar sobre a morte, então vou falar um pouquinho sobre a vida deste Espanhol (notícias colhidas no Google- não serei desonesta dizendo que são de minha autoria).
Nossa, mas isso é inacreditável, a pouco tempo meu saudoso professor e amigo Antonio Brito contou que ia à Espanha apresentar sua tese de doutorado ao Herrara- se eu não estiver enganada- junto com o Boaventura de Sousa Santos...


Bom para quem não conhece o Joaquin Herrera Flores era teórico e militante dos Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais. Autor da Teoria Crítica que buscou incessantemente revelar que a distinção entre categorias de Direitos Humanos, por níveis ou dimensões, atende aos propósitos da negação reiterada de garantias fundamentais aos segmentos não detentores do poder econômico.

Homenagem a Joaquin Herrera Flores: A última transgressão de Joaquin
por Wilson Ramos (Xixo), Juiz de Direito


Há um ano, prefaciando sua obra ainda inédita, na qual metaforicamente percorre seus caminhos interiores ao ensejo de relatar viagem em moto pela península ibérica, pude observar que aquelas “rutas interiores” não eram mais apenas dele. As rutas, assim como os poemas, não pertenciam mais ao autor, mas a quem delas necessita para seguir viajando.
Naquela obra, o autor se perguntava “a quem pertence essa aranha esquizofrênica a que denominamos memória”. Em resposta lhe disse que, nós, “lendários” por havermos cumprido os 50 anos, partícipes da geração que contemplou inúmeros movimentos culturais sem sequer roçá-los, convivemos com nossos demônios, mas nem todos com a sua coragem para enfrentá-los.

Joaquin sempre manteve coerência com aquele jovem professor de filosofia que, na Ilha do Mel, há catorze anos propunha a polêmica sobre a possibilidade de haver amor sem sexo para, ao final, fazer ver aos seus interlocutores que a boa resposta depende, sempre, de uma de postura prévia frente aos fatos, do que entendemos por amor. Naquele livro Joaquin, em testemunho de sua maturidade filosófica, reafirmava que antes de tudo há a tomada de posição frente à vida como condição de escolha da maneira como queremos seguir, pois tudo depende da atitude com que afrontamos a viagem.

Escapando das armadilhas perigosas da mediocridade, nosso querido amigo sempre carregou consigo a inquietante contradição de elogiar a lentitude (que não pode e não deve ser traduzida como lentidão ou como lerdeza) sem nunca deixar de viajar (mover-se, avançar, seguir em frente, ou, como no curioso idioma andaluz, sempre tirando palante, corruptela da expressão castelhana segundo a qual sempre “hay que tirar hacia adelante”).

Hoje, na presença de seus familiares e de seus amigos mais próximos, JOAQUIN começou sua última viagem, pelos caminhos interiores de sua Andaluzia. Em undécima transgressão à legalidade, suas cinzas foram espargidas ao vento para deitarem nas calmas águas do rio Guadalquivir que, unindo Triana e Sevilla, serpenteia por plantações de oliva até desaguar, perto de San Lúcar de Barrameda, no tantas vezes transposto oceano Atlântico.


Para Joaquin, este oceano não poderia ser visto como aquele que separa Europa e África da iberoamérica (irônico, negava-se a utilizar a expressão “América latina” ao argumento de que nela “nadie habla latin”), e sim, como aquele que une povos e coletivos em busca de reconhecimento de suas próprias culturas e de suas próprias concepções de direitos humanos.
Lentamente, como sempre preferia, suas cinzas deslizarão pelos mares a caminho de sua segunda pátria, naquela onde morreu e renasceu há exatos dez anos, quando de sua primeira cirurgia cardíaca.

Assim como vida e morte não são antagonismos, mas companheiros de viagem, desde então seus problemas cardíacos receberam a incômoda companhia da leucemia e, nos últimos dias, de complicações hepáticas e pulmonares. Lutou até o fim, como um bravo, como um canibal que, comendo a si mesmo, busca forças para reagir.

Para Joaquin nunca houve caminhos fáceis. Algumas vezes por escolha; outras vezes, involuntariamente. Criança enferma desde sempre, adolescente desengonçado e feio, teve a coragem de afrontar a vida, sem moderação e sem preconceitos. O legado que nos deixa nos permite compreender que a dor e o prazer de seguir viajando deve atiçar nossos demônios internos para que resistamos à tentação de escolher os caminhos mais fáceis. E menos interessantes; menos excitantes. Com Joaquin aprendemos a preferir aqueles caminhos que nos permitam desfrutar da paisagem, que não nos é externa, eis que dela fazemos parte, integrando os contextos em que, conscientemente ou não, nos metemos. E aprendemos também que os caminhos difíceis que a vida nos impõe, do mesmo modo, devem ser desfrutados, não com o estoicismo estúpido das pregações religiosas, mas como fatos objetivos contra os quais só os tolos se opõem.

Agora viaja tranqüilo, pela rutas interiores das águas, cinzas que se espalham e se mesclam nas impurezas oceânicas, impregnando-as, assim como suas idéias, sua teoria impura dos direitos humanos, restarão impregnadas em cada um daqueles a quem a sorte permitiu desfrutar de sua fraterna, curta e intensa vida. Como disse seu irmão Adolfo minutos antes de, violando a lei, tingir de cinza as luminosas águas do Guadalquivir, “Joaquin no parte; queda”. Alguém duvida ?

Joaquin Herrera Flores, filósofo dos direitos humanos espanhol, professor titular da Universidade Pablo Olavide e diretor do Programa de Doutorado em Direitos Humanos e Desenvolvimento na mesma Universidade, faleceu recentemente (2/10) na Espanha.




Mamãe...como ela mesmo me diz desde que nasci, “mãe é aquela que cria”.Então, eu não poderia ter mãe melhor nesse mundo do que a minha!Não foi do ventre dela que nasci, mas por ela que fui criada, desde minha 1ª respiração fora da placenta da minha mãe biológica.E como dizem por aí, avó é mãe duas vezes.Então, de todos os jeitos ela é minha mãe, sou sua cria.Mas ela é muito mais do que isso, é MINHA ÚNICA E MELHOR AMIGA.




Agradeço todos os dias por ser você a minha MÃE.Hoje que completas 74 anos, lhe vejo mais jovem do que nunca.Sempre mais vaidosa, cheia de energia, compromissos... Tem muito mais disposição do que eu, sinceramente.Nunca cansa.E sinto muito orgulho de ti, minha mãe, por ser tão HUMANA com todos.Triste daqueles que não te não conhecem.




Parabéns mamãe!PARABÉNS por ter vivido todos esses anos mesmo que as dificuldade e os sofrimentos estivessem presentes.PARABÉNS por ter sido mãe para tantos filhos.PARABÉNS por ser tão fiel e leal com tudo que acreditas.PARABÉNS por ser tão forte.PARABÉNS por tolerar e compreender quem tanto te machucou, e mesmo assim foste amiga, quando todos esperavam que fosse indiferente.PARABÉNS por me amar tanto e por ser tão amada por este coração que explode de amores por ti.PARABÉNS pela paciência, por nunca ter se abatido, por nunca ter se acomodado e por sempre lutar ao lado dos seus filhos.PARABÉNS pelo seu coração solidário, benevolente e caridoso.PARABÉNS pela coragem, pela garra e por jamais desistir do que quer.




Jamais esquecerei mamãe querida, dos sacrifícios que passamos juntas e que somente nós duas sabemos. Muito OBRIGADA por ter me acolhido, ter se doado...OBRIGADA por encher minha vida de amor, cuidado, atenção, proteção...Me deste provas de amor que eu não sei como lhe retribuir na mesma medida.Não esqueço de como sofres junto comigo, não esqueço quando lhe reclamei que eu só tinha irmãos e por isso me sentia sozinha e me dissestes:"mas eu estou aqui para conversar sobre o que quiser”.Não esqueço da vez que te contei chorando, minhas decepções amorosas e choraste junto comigo(isso é raro, ela NUNCA chora).Certamente pensou:”Minha filha não merece isso”... Amor de mãe é a coisa mais gostosa e colorida desse mundo.Faça o que fizer, ela nunca deixa de nos amar...
FELIZ ANIVERSÁRIO minha amada!Meu tesouro! Minha costela nestes 23 anos que compartilhamos o sono! Minha coroa enxuta!




Mesmo que você acorde e adormeça gritando meu nome, consiga me irritar com tantas perguntas e “investigações” e sua disposição descomunal de ir ao supermercado todos os dias e andar a Rua Grande inteirinha... Mesmo que somente você consiga me deixar com muita raiva.Eu tenho um amor que somente a você pertence.E ele é tão grande que suporta o gênio da escorpiana “das brabas” que és.Se ficas longe por dois dias, eu já choro de saudades das tuas gritarias dentro de casa.Da tua eterna companhia, das tuas palavras, dos teus ouvidos, das tuas “viagens” e do teu cheiro único de mãe!
FELIZ ANIVERSÁRIO!PARABÉNS E MUITO OBRIGADA POR EXISTIR E SER A MELHOR MÃE DESSE MUNDO.
















"Eu sei que vou te amar


Por toda minha vida eu vou te amar


Em cada despedida eu vou te amar


Desesperadamente eu vou te amar


E cada verso meu será pra te dizer


Que eu sei que vou te amar por toda minha vida


Eu sei que vou chorar


A cada ausência tua eu vou chorar


Mas cada volta tua há de apagar


O que essa ausência tua me causou


Eu sei que vou sofrer


A eterna desventura de viver


À espera de viver ao lado teu


Por toda a minha vida "




(Vinícius de Moraes)
Nestes três últimos dias andei refletindo sobre algumas coisas que sempre me incomodaram e que, felizmente, nunca tapei meus olhos. Desde que entrei na faculdade digo que mudei (para melhor), percebo que me torno a cada dia uma pessoa menos alienada, logo, um pouco mais esclarecida. E esse mesmo discurso eu já ouvi e ouço de colegas, de professores, de todos aqueles que de alguma forma fazem parte de um espaço voltado para o conhecimento científico(pensa-se).E no decorrer do tempo, formamos grupos de estudos bem particulares, participamos de grupos de pesquisa/extensão e também dos grupos de estudos idealizados pelos professores.

E assim, “avançando” a cada período - falo especificamente do curso de Direito- nos julgamos críticos, solidários, altruístas, progressistas,militantes pelas causas sociais... Trancamo-nos em um “mundo” que nos faz ter a ilusão que temos alguma coisa tão mais especial do que aquele que leu somente um cebolinha na vida- até que realmente poderíamos ser, mas NÃO SOMOS.Alguns se tornam até antipáticos, cheios de palavrinhas, brocardos e outras frescurinhas que só fazem parecer mais patéticos do que já são.O que acontece no mundo real é o inverso,acreditamos possuir autoridade para falar de qualquer assunto e não nos permitimos contatos com algumas pessoas, por puro preconceito e vaidade.
A verdade é que nos tormanos ridículos, formalistas, frios, falsos moralistas, egoístas e mesquinhos. Travamos discursos sobre emancipação segundo Paulo Freire, segundo Boaventura... e quando temos uma simples oportunidade de compartilhar um “pequeno” conhecimento ou uma “pequena” informação com um colega de turma, preferimos não dividir para que ele não faça o mesmo que eu fiz, para que ele não escreva o mesmo que escrevi, e sobretudo, para que ele não tire nota melhor do que a minha.Debatemos as críticas feitas ao Direito e aos juristas por Bourdieu, e até mesmo Marx, com uma visão tão ortodoxa(em alguns pontos realistas), nos empolgamos, sonhamos salvar o mundo, ser um jurista diferente(para quem prefere:operador do Direito), mas somos iguaiszinhos a todos aqueles que achávamos ou achamos uns idiotas vestidos de paletó e gravata(há raras exceções).

Nossa linguagem se torna quase que inacessível, até nosso modo de se vestir - somos mais padronizados do que nunca-Mas mesmo assim, continuamos nos achando diferentes.Cheios de si porque lemos o filósofo tal, o pensador tal, gostamos do estilo de música tal...Mas, infelizmente, somos todos igualmente ridículos.Repetimos tudo aquilo que criticamos, tudo(ou quase tudo) aquilo que dizemos causar ojeriza, indignação...

Eu tenho pena de mim, eu tenho pena de ti, pena de todos aqueles que vivem iludidos, tentando provar dia após dia que é o mais inteligente, o mais humanitário, que decorou todo o código de processo civil, que participou de grandes e bons congressos, que aprendeu a diferença entre acessória jurídica e assistência jurídica, que entendeu e que LEU a "razão pura" de Kant,que lê Kelsen...

Tenho pena daqueles que vivem no erro, na vaidade, no orgulho, na linguagem que distancia;na falta de educação que machuca;na fantasia de que tem algum poder divino e que por isso deve ser idolatrado e tido como ídolo .Eu faço parte de tudo isso, você faz parte de tudo isso.Me julgo crítica porém, deixo passar como uma simples(por COMODISMO) realidade algo que afirmo repudiar.Porém, eu me reconheço e não sou HIPÓCRITA.
Ninguém que pense que me engana através de discursos, de demonstrações públicas de intelectualidade, odeio pseudo qualquer coisa.Quem É alguma coisa ou “TEM” alguma coisa ,não precisa contar nada para ninguém, simplesmente, agem conforme os seus ideais.Foram e são aqueles que realmente construíram algo para uma coletividade,para o bem comum... no anonimato, sem fama,sem as luzes, sem o status...

Tenho pena acima de tudo, desse povo que não teve acesso ao cebolinha e que são humilhados todos os dias por gente que após ter lido “milhares” de livros durante alguns anos, não aprenderam o que é SER HUMANO.Mas não se enganem, os analfabetos são espertos e inteligentes.Talvez bem mais do que você que se vangloria cantando mentiras aos ventos, banalizando crueldades que comete e que concente todos os dias; silenciando opressões que seus olhos já acostumaram ver...e sendo mais um fantoche da vida, porém, na utópica luta "por um mundo melhor".

PS:Momento oportuno para eu deixar aqui a poesia da Cleide Canton que o seu verso final pertence a Ruy Barbosa, como já rola há um bom tempo aí pela internet.


"Sinto vergonha de mim por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente, a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez no julgamento da verdade,
a negligencia com a família, célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade" em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar atos criminosos,
a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre "contestar",
voltar atrás e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos que não quero percorrer...
Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra,
das minhas desilusões e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."
Eu não suporto falar sobre morte, não no mundo concreto.Não consigo encontrar nenhuma palavra, nenhum gesto quando falece um parente de algum conhecido ou até mesmo alguém tão próximo e especial para mim.Não vejo significado em dizer “meus pêsames”, eu prefiro o silêncio do que isso. Parece-me que qualquer palavra é uma enorme indelicadeza. Sei lá, esse é um assunto tão difícil para mim.Algumas pessoas definitivamente, JAMAIS, deveriam morrer.

Este ano e o ano passado perdi pessoas muito próximas, uma delas levou junto comigo muita esperança e muito da minha própria vida,apesar dela ter me deixado os melhores conhecimentos para eu ser feliz nesta terra.

Eu nunca tinha ido a velório antes, muito menos enterro. Eu nunca senti tanta dor, tanto sofrimento antes na vida.Não tanto pelo velório, mas o enterro? O que é aquilo?Morro de arrependida de ter presenciado uma cena tão cruel.Para mim é uma atitude monstruosa. Foi uma tortura ver alguém que eu tanto amo, que me dava os melhores conselhos que uma garota/mulher tão insegura quanto à vida poderia ouvir, me conhecia como ninguém e o mais importante, acreditava em mim e nenhum segundo da vida me tratou como se eu não fosse fracamente humana, ao contrário do que a maioria das pessoas fazem... Olha-lá dentro de uma caixa colocada em um buraco e depois coberta de terra... nunca chorei tanto na vida.Todo mundo me diz que isso é natural, que é assim mesmo... mas eu não aceito, eu não entendo, isso me fere, me destrói.
Por isso, se em alguns momentos da morte de algum conhecido, um amigo ou mesmo de alguém que amei com todo o meu coração eu me “comportei mal”, eu não falei o que deveria, eu não estava presente... é porque não consigo encontrar qualquer gesto de conforto.Acredito que o máximo que posso fazer é dar um abraço sincero, sem palavras.Ao contrário do que demosntro e do que alguns pensam, eu sofro muito com o sofrimento alheio e não sei em qual momento da vida a morte será algo natural para mim.Para aqueles que me mantive em silêncio, perdão!Mas saibam que foi por respeito e por não encontrar nenhuma forma de expressão que minimizasse meu sofrimento e , principalmente, o sofrimento “alheio”.Perdão, mas não consigo presenciar enterros, eu morro um pouquinho junto daquele que vai ali dentro.
PS: Creio que somos muitos mais do que carne, mas ainda não sei conviver com essa dureza.
"Perdido seja para nós aquele dia que não se dançou nem uma vez!E falsa seja para nós toda a verdade que não tenha sido acompanhada por sua gargalhada"
(Nietzsche)




Fantasia
(Chico Buarque)
E se, de repente

A gente não sentisse
A dor que a gente finge
E sente Se, de repente
A gente distraísse
O ferro do suplício
Ao som de uma canção
Então, eu te convidaria
Pra uma fantasia
Do meu violão
Canta, canta uma esperança
Canta, canta uma alegria
Canta mais
Revirando a noite
Revelando o dia Noite e dia,
noite e dia
Canta a canção do homem
Canta a canção da vida
Canta mais
Trabalhando a terra
Entornando o vinho
Canta, canta, canta,
canta Canta a canção do gozo
Canta a canção da graça
Canta mais Preparando a tinta
Enfeitando a praça
Canta, canta, canta, canta
Canta a canção de glória
Canta a santa melodia
Canta mais Revirando a noite
Revelando o dia Noite e dia, noite e dia
Ele é um dos poucos que ainda sustenta minhas crenças, meus valores e ideais


"Desamarrar as vozes, desonhar os sonhos:escrevo querendo revelar o real maravilhoso, e descubro o real maravilhoso no exato centro do real horroroso da América.
Nestas terras, a cabeça do deus Elegguá leva a morte na nuca e a vida na cara.Cada promessa é uma ameaça; cada perda, um encontro.
Dos medos nascem as coragens; e das dúvidas as certezas.Os sonhos anunciam outra realidade possível, e os delírios, outra razão.
Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos.A identidade não é uma peça de museu, quietinha na vitrine, mas a sempre assombrosa síntese das contradições nossas de cada dia.
Nessa fé, fugitiva, eu creio.Para mim, é a única fé digna de confiança, porque é parecida com o bicho humano, fodido mas sagrado, e à louca aventura de viver no mundo"

EDUARDO GALEANO



“Sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro!.”

(Clarice Lispector)


Não quero alguém que morra de amor por mim…
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,
quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim…
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível…
E que esse momento será inesquecível..
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre…
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém…
e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras,
alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons
sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente
importa, que é meu sentimento… e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca
cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter
forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe…
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia,
e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como “sim”.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder
dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim,
sem ter de me preocupar com terceiros…
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,
que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…
e que valeu a pena.


CONTANDO OS MINUTOS PARA ASSITIR O KARATÊ VENCER... APESAR DA ARTE TER PERDIDO MUITO DE SUA ESSÊNCIA NO DECORRER DO SÉCULO,AINDA PODEMOS RESGATAR A VONTADE DE NUNCA DEIXAR DE TREINAR,TER DISCIPLINA, FORÇA DE VONTADE, CONCENTRAÇÃO E ACIMA DE TUDO, RESPEITO!

ALÉM DE TUDO, É O KARATÊ ORIUNDO DO JAPÃO,MAS APRIMORADO NO BRASIL PELA FAMÍLIA MACHIDA, E BEM PERTO, BELÉM DO PARÁ!

Que a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe,linda, ainda que triste...
Que a mulher que eu amo
seja para sempre amada
mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço.
E que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor,e a outra metade...também


(Ferreira Gular !!)

Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente ... e não a gente a ele!
(Mário Quintana)

Me colocaram no tempo,me puseram
uma alma viva e corpo desconjuntado.Estou limitado ao norte pelos sentidos,
ao sul pelo medo, a leste pelo Apóstolo São Paulo, a oeste pela minha educação.
Me vejo numa nebulosa, rondando, sou um fluído,
depois chego à consciência da terra, ando como os outros,
me pregam numa cruz, numa única vida.
Colégio.Indignado, me chamam pelo número, detesto a hierarquia.
Me puseram o rótulo de homem, vou rindo, vou andando, aos solavancos.
Danço.Rio e choro, estou aqui, estou ali, desarticulado,
gosto de todos, não gosto de ninguém, batalho contra os espirítos do ar,
alguém da terra me faz sinais, não sei mais o que é o bem nem o mal.
Minha cabeça voou acima da baía, estou suspenso, angustiado, no éter,
tonto de vidas, de cheiros, de movimentos, de pensamentos,
não acredito em nenhuma técnica.Estou com os meus antepassados,
me balanço em arenas espanholasm é por isso que saio às vezes pra rua
combatendo personagens imaginários(...)
Estou do outro lado do mundo, daqui a cem anos, levantando populações...
Me desespero porque não posso estar presente a todos os atos da vida.
Onde esconder minha cara?O mundo samba na minha cabeça(...)
Tudo transparecerá: vulcões de ódio, explosões de amor,
outras caras aparecerão na terra.(...)
Almas desesperadas eu vos amo.Almas insatisfeitas, ardentes.Detesto os que se tapeiam, os que brincam de cabra- cega com a vida,os homens "práticos"...Viva São Francisco e vários suicídas e amantes suicídas,
os soldados que perderam a batalha, as mães bem mães,
as fêmeas bem fêmeas, os doidos bem doidos.
Vivam os tranfigurados, ou porque eram perfeitos ou porque jejuavam muito...
viva eu, que inauguro no mundo o estado de bagunça transcedente.
Sou a presa do homem que fui há vinte anos passados,
dos amores raros que tive, vida desertos vibrando sob os dedos do amor,
tudo é ritmo do cérebro do poeta.Não me inscrevo em nenhuma teoria, estou no ar,na alma dos criminosos, dos amantes desesperados(...),no pensamento dos homens que movem o mundo,
nem triste nem alegre, chama com dois olhos andando,sempre em tranformação.




Não farei comentários sobre o poema, é demasiado subjetivo, além disso perderia a "graça" qualquer tentativa de explicação.Ao intérprete cabe o sentido ou a falta de sentido daquilo que lê.

Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
- Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...

Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.

Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.

Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história.

Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e o mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.

Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.

Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.

Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante

E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.

Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.

Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...

Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.
"Desconfiai do mais trivial ,na aparência singelo.E examinai, sobretudo, o que parece habitual.Suplicamos expressamente:não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,pois em tempo de desordem sangrenta,de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,de humanidade desumanizada,nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar."

O socialismo já parecia "impossível" de ser atingido desde a época que meu pai era universitário,mesmo que ele levantasse bandeira de socialista ou se colocasse como um defensor do movimento comunista, no fundo sabia que realidade não se tornaria, da mesma forma que hoje, com a formação de alguns valores e ideais que possuo, me parece impossível. Dentre outros óbvios e inúmeros empecilhos, talvez a impossibilidade se encontre no fato de que o socialismo requer sonhos altos, sonhos distantes do nosso comodismo, conformismo, egoísmo e mesquinhez... e todo o resto que o sistema capitalista nos torna.

Sonho que requer negação de conforto, porque para concretizá-lo precisa-se de homens e mulheres dispostos a lutar, todos os dias, incessantemente por si e por todos.

Neste século o socialismo se tornou mais distante do que nunca, como diz Boaventura de Sousa Santos, o capitalismo ainda que selvagem ,impregnou de tal modo que é idolatrado, tanto racional quanto irracionalmente.

Apesar de também participar do imenso, desigual e desumano “grupo capitalista”, eu ainda tenho vontade de “enlouquecer” um pouco em busca de um sonho coletivo...Mesmo que eu utilize nike, adidas,consuma Mc Donald’s, utilize kippling, coca-cola, ar – condicionado praticamente o dia inteiro... não pensaria muito em trocar tudo isso por uma razão verdadeira de viver.Possuo oportunidades para não ser esmagada pela massificação que a globalização(intrínseca ao capitalismo)causa, e permitir que outras pessoas, outros povos, minorias... Não se tornem invisíveis nesta sociedade, nesta estrutura...

Espero não me perder no caminho e esquecer aquilo que hoje eu realmente acredito e consigo perceber já que não tenho poder, status nem dinheiro para vendar os meus olhos.E sobretudo, ter a consciência que existem seres humanos, logo, semelhantes, em todos os lugares do mundo, abandonados e relegados à invisibilidade.

Observações:

*Segundo Eduardo Galeano a cadeia McDonald's dá brinquedos de presente aos seus clientes infantis( Mc lanche feliz).Esses brinquedos são fabricados no Vietnã, onde os operários trabalham dez horas seguidas, em galpões hermeticamente fechados, em troco de oito centavos.

*O preço de uma camiseta com a imagem da princesa Pocahontas, vendida pela Disney, equivale ao salário de toda uma semana do operário que costurou a tal camiseta no Haiti, num ritmo de 375 camisetas por hora
(Tudo bem que Pocahontas já esta fora de moda a bastante tempo, mas já fora motivo de crueldade para muitos trabalhadores, tanto quanto os presentes modismos que consumimos)
.

Interessante e pertinente crítica do sarcástico Eduardo Galeano:


Mapa- múndi
Ao sul, a repressão.Ao Norte, a depressão.
Não são poucos os intelectuais do Norte que se casam
com as revoluções do Sul só pelo prazer de ficarem viúvos.Prestigiosamente choram, choram a cântaros, choram mares, a morte de cada ilusão; e nunca demoram muito para descobrir que o socialismo é o caminho mais longo para chegar do capitalismo ao capitalismo.
A moda do Norte, moda universal, celebra a arte neutra e aplaude a víbora que morde a própria cauda e acha que é saborosa.A cultura e a política se converteram em artigos de consumo.Os presidentes são eleitos pela televisão, como os sabonetes, e os poetas cumprem uma função decorativa.Não há maior magia do que a magia do mercado, nem outros heróis mais heróis do que os banqueiros.
A democracia é um luxo do Norte.Ao Sul é permitido o espetáculo,que não é negado a ninguém.E ninguém se incomoda muito, afinal, que a política seja democrática, desde que a economia não o seja.Quando as cortinas se fecham no palco, uma vez que os votos foram depositados nas urnas, a realidade impõe a lei do mais forte, que é a lei do dinheiro.Assim determina a ordem natural das coisas.No Sul do mundo, ensina o sistema, a violência e a fome não pertencem à história, mas à natureza, e a justiça e a liberdade foram condenadas a odiar-se entre si.
Após muito tempo sem nenhuma palavra... Esta bela poesia para minha querida Tia Concita que há 1 ano e 4 meses VIVE em algum lugar cuja paz e beleza eu nunca conseguirei imaginar...

"PARECE UM SONHO... "

Parece um sonho que ela tenha morrido!
diziam todos... Sua viva imagem tinha carne!...
E ouvia-se, da aragem, passar o frêmito do seu vestido...

E era como se ela houvesse partido
e logo fosse regressar da viagem...
até que em nosso coração dorido
a dor cravava o seu punhal selvagem!

Mas tua imagem, nosso amor, é agora
menos dos olhos, mais do coração.
Nossa saudade te sorri: não chora...

Mais perto estás de Deus, como um anjo querido.
E ao relembrar-te a gente diz, então:
"Parece um sonho que ela tenha vivido!"

(Mário Quintana)
"Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão....tranqüilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito , não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer... Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca."
Clarice Lispector
A primeira postagem no meu 23º ano de vida é uma bela poesia que li em um livro que acabei de ganhar do meu amigo Ígor,e que muito se assemelha ao que as vezes quero dizer às duas pessoas que devo tudo que sou:Papai e Mamãe(Avô e avó maternos)!! Obrigada por terem permitido eu viver com tantas oportunidades aquilo que Deus me designou.


"Minha mãe nunca deixou meus pés dormirem descobertos; dizia que dava 'friagem' e era gripe na certa.Com essa teoria, preencheu minhas noites de infância com o pontualíssimo ritual do puxa- cobertor, sempre seguido de beijo e de 'dorme com Deus'.Meu pai andava com foto minha, entre outras, na carteira.Puxava a qualquer hora, em todo canto, até mesmo em fila de banco, e dizia:' Tá vendo essa aqui?É minha menina'.

Minha vida esteve repleta de noites serenas, nubladas, algumas, mas tantas cobertas de estrelas...

Tantas vezes, tive que limpar meu rosto de beijos de boquinhas lambuzadas.Tantos cadernos com rabiscos: casinhas, flores e esboços de carinhas com seta indicando:mamãe e eu.Coisas tão doces quanto a gemada que a mãe fazia, quando a gripe, que é matreira, dava jeito de encontrar o pé da gente no meio das cobertas, noite adentro.

Tantas coisas tão simples e belas, e eu jamais me permiti amá-las da maneira que faziam por merecer.Tantas vezes desprezei o humilde amor humano numa ânsia fantasiosa de grandeza, quase insana, para alguém tão pequena.Incapaz sequer de perceber que o presente também é divino, confundindo virtude e vaidade, ansiedade com esperança, lançando-se em um abismo estre aquilo que abandona, e que, distante, ainda não alcança...

Ao Deus que cuida de mim, eu peço que ative meus olhos, que sempre pensei estarem abertos, pois meus pés estão descobertos e chegaram a resfriar o mais fundo do meu coração.Não sei se haverá mel de abelhas que volte a adoçar minha vida.Talvez chá de alho, forte, com limão, que expulse o vírus da vaidade, dando lugar ao singelo amor humano neste meu coração.

O amor que sabe ralhar e dar palmadas, mas que é maior do que a zanga, e prevalece.

Puxa por colo de novo, afaga e esquece, pequena chama que jamais se apaga.Esse que sabe correr a janela, à toa, ou somente para esperar papai retornar...Que colhe flores de um jardim qualquer e põe para enfeitar a casa.Que espera a primeira estrela para fazer-lhe um desejo.E não sai de casa sem dar um beijo ou dedicar um doce sentimento até mesmo aos seres invisíveis que também habitam nela.Que converte, enfim, em beleza, o viver simples de cada momento...

(Poesia de Lúcia Helena Galvão Arruda, com pequenas adaptações)



Obrigada minha mamãe -mulher da minha vida-pessoa que mais AMO neste mundo... papai amado,Dinda,Mário,Carlos, Léo, Bia, Luis C., Dammy, Mariana, Belo, Sarah, Danny, Rafaela, Greice, Amelie(Adriana), Ígor, e ao meu grande amor Luis(Obrigada pelos lírios), pela presença no MEU dia.

Ana, minha mãe biológica, que me pôs neste mundo, obrigada por nunca me esquecer apesar da distância e do destino.
Excelente!! Indicação da menina Greice, amiga mais culta que tenho!!!

Importância, excelência e o prazer da literatura!!
"Um guia para ter cultura"
Espero ler no mínimo a metade daqueles que ainda não li.


http://www.alfredo-braga.pro.br/discussoes/guiaparatercultura.html

PS: Como o texto é muito grande resolvi colocar o link, não se preocupem, não é vírus!
De volta as aulas... que chato! Queria me sentir feliz por isso, mas muitas coisas me impedem.Primeiro que não foram férias, foi uma pequena folga.Parte dela no hospital outra parte indo quase todos os dias na U-N-D-B tentar me explicar, tentar me fazer entender que eu não poderia sair da UTI ou da Semi- UTI para ir fazer provas.Tentativas e tentativas de rematrícula... nossa, quanta ojeriza possuo mais ainda desse pequeno mundo da humanidade cada vez mais desumana.Todos tem que sentir na pele o que é sofrimento alheio para se dignificar ? Para que tanta “burrocracia” com uma pessoa com menos de 15 dias de uma cirurgia que se tornou um tanto delicada por conta das conseqüências? Ter que levar mais atestados, além dos dois que já estavam lá para comprovar que estava impossibilitada de me fazer presente nos dias de prova? Quando estamos do outro “lado” é que entendemos e compreendemos porque algumas pessoas são “revoltadas” com tudo e com todos.As notícias são sempre as piores, é o professor que reprovou todos que ficaram de final na tão temerosa, entediante e bestializante disciplina.Sim, para mim é um absurdo, uma perda de tempo, até mesmo uma mediocridade me sentar para decorar códigos, doutrinas... com seus prazos, possibilidades... isso e aquilo.Qual prazer de passar uma tarde lendo “o entendimento da doutrina majoritária”, “código de processo civil”, “código de lálálá”... ? Sinceramente me sinto uma idiota.Se eu perdesse meu tempo lendo somente este tipo de coisa teria uma profunda depressão.Ainda há quem se ache ou ache os outros decoradores de código, logo, grande funcionário público ou qualquer outra coisa do gênero verdadeiros, ídolos do "mundo intelectual". Para mim e para qualquer pessoa de bom senso, grandes intelectuais foram e são aqueles que criam , constroem, inovam, fazem grandes revoluções .Como diz Eduardo Galeano, os que mandam acreditam que melhor é quem melhor copia, a cultura oficial exalta as virtudes do macaco e do papagaio, ou seja, alienação total.Só de pensar que vivo em um meio acadêmico assim...Sorte que “minha” faculdade possui uma tentativa de superar esse tipo de coisa, mais é quase impossível com professores e alunos na sua maioria amantes dos códigos, das leis, das doutrinas...
Viva Milton Santos, Vinícius de Moraes, Eduardo Galeano, Paulo Freire, Wolkmer, Amilton Bueno de Carvalho, Pablo Neruda, Mário Quintana, Mário Benedetti, Chico Buarque,Paulo Freire, Ariano Suassuna,Marx,Thoreau,Nietzsche,Flávia Piovesan,Maria Berenice Dias e tantos outros que eu poderia citar. Não na mesma ordem de “mérito” (na minha concepção), mas no mesmo senso de liberdade e verdadeira intelectualidade!
Volto e vou me arrastando, mas não sei até quando vou suportar, espero que até o tão próximo décimo período que mais parece o centésimo.

Sarah amiga querida, queria muito dividir este dia com você.Para mim a data do nosso aniversário é o principal dia do ano.Mesmo que seja o 23º ano, que não tenham balões, músicas da Xuxa, aquele monte de coleguinhas,musiquinhas que sempre achamos chatas, lembrancinhas... a alegria é sempre imensa,o entusiasmo é o mesmo, assim é para mim e da mesma forma creio que seja para você.Mesmo que a gente comemore de maneira discreta, que o dia pareça um dia qualquer para os outros, o que sentimos ao acordar é indestritível.

Me sinto tão, tão , tão feliz de ainda sermos amigas, desde aquele tempo da escola, desde aquele tempo que a vida era tão boa e a gente reclamava porque queria ser adulto.

Sempre te digo isso: Parabéns por existir!! Não sei se você sabe mas és um exemplo para mim, pelo teu esforço, tua disciplina, tua força de vontade... quem já conheceu Sarah conhece essa característica tão marcante- extremamente estudiosa- sempre foi! Mais do que isso, sempre foi aquela amiga que mais me identifiquei, mesmo que com algumas grandes diferenças que possuímos, sempre foi a amiga "mais certa mesmo nas horas incertas".Como era bom trocar cartas, contar confidências, sorrir de tudo, chorar por nada...Sinto muitas saudades de você, de nós.De como era bom quando nós juntavamos com Danny e Cindi.Tudo era diversão, até mesmo atravessar uma avenida era motivo para muitas gargalhadas.Não vou contar o que mais aprontávamos assim tão publicamente, hahaha, você lembra bem das nossas diversões na casa de Cindi, no Girassol, na tua casa, na minha casa...


FELIZ ANIVERSÁRIO minha querida e eterna amiga de infância, adolescência, de hoje, de sempre!!

Mesmo "distante" continuas única, brilhante , admirável e uma das poucas pessoas que chamo(e considero) amiga.



Do meu poeta favorito: Pablo Neruda. Ele transforma sentimentos em palavras, seja para falar de amor, de dor, coragem, do sofrimento dos oprimidos, da esperança...
Neste poema ele descreve a injustiça de maneira metafórica, no entanto, totalmente real.


Que descobre quem sou descobrirá quem és.
E o como, e o por onde.
Toquei muito cedo toda a injustiça.
A fome não era a fome.
Mas a MEDIDA DO HOMEM
O frio, o vento eram também medidas.
Mediu cem fomes e caiu levantado.
E nos cem frios foi enterrado Pedro.
Um só vento durou a pobre casa.
Aprendi que o centímetro e o grama,
colher e légua MEDIAM A COBIÇA,
e que o homem assediado caía depressa para um buraco,
e já não mais sabia.
Não mais, e esse era o lugar,
o real presente, o dom, a luz, a vida,
isso era, padecer de frio e fome,
e NÃO POSSUIR SAPATO E TREMER
FRENTE AO JUIZ, FRENTE AO OUTRO,
ao outro ser com espada ou com tinteiro,
aos empurrões cavando e cortando, assim,
fazendo o pão, colhendo o trigo, a coser,
pregando cada prego que pedia a madeira,
à terra penetrando como ao intestino
para tirar, às cegas, carvão crepitante
e mais ainda, subindo rios e cordilheiras,
cavalgando cavalos, movendo barcaças,
cozendo telhas, soprando vidros, lavando roupa,
de tal maneira que pareceria
tudo isto um reino recém levantado,
uva resplandecente no seu cacho,
quando o homem se decidiu ser feliz,
não era, NÃO ASSIM.Fui descobrindo
a lei da desventura,
o trono de ouro ensagüentado,
a liberdade alcoviteira,
a pátria sem abrigo,
o coração ferido e fatigado,
e um rumor de mortos sem lágrimas,
secos, como pedras que caem.
E então deixei de ser menino
porque compreendi que para meu povo
NÃO LHE PERMITIRAM A VIDA
E LHE NEGARAM A SEPULTURA.